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Foto retirada do site acraft.com.br |
As análises trazidas no livro não abrangem, somente, os aspectos da vida de cada indivíduo, mas também trazem questões relevantes para o aspecto organizacional e cultural das empresas.
O livro, além de analisar os hábitos propriamente ditos, traz importantes questões como: quais são os hábitos mais importantes, como podemos trabalhar nossa força de vontade e como ela funciona, como uma organização pode avaliar, organizar e criar hábitos organizacionais, além de explicar e trazer informações de como os consumidores tem seus hábitos manipulados por empresas e analisar como um movimento social acontece e ganha proporções.
Assim, toda a temática e desenvolvimento do livro é voltada para responder uma única questão: Podemos mudar nossos hábitos? Se sim, como fazê-lo?
- Parte 1: Os Hábitos dos Indivíduos
A primeira parte é dividia em 3 capítulos.
No início, o autor realça aos olhos do leitor que quanto mais repetimos
uma determinada atividade, mais ela se torna automática, o que cria em nosso
cérebro um padrão de comportamento que nos leva a agir conforme o padrão
criado, possibilitando que o nosso cérebro “desacelere”.
“O problema é que nosso cérebro não sabe a diferença
entre os hábitos ruins ou bons, e por isso, se você tem um hábito ruim, ele
está sempre ali à espreita, esperando as deixas e recompensas certas” – fl. 38.
O autor demostra que identificando o LOOP DO HÁBITO, formado
pela deixa – rotina – recompensa, podemos mudar nossas rotinas e,
consequentemente, nossos hábitos.
A deixa é representada pelo estímulo que faz nosso cérebro tomar a
decisão por uma determinada ação, em “modo automático”. A rotina é a forma com
a qual correspondemos a deixa – a ação gerada a partir da deixa. Já a
recompensa é o benefício que nosso cérebro visualiza para tomar determinada ação
gerada pela deixa.
No segundo capítulo Duhigg se dedica a mostrar como um anseio (deixa)
pode ser identificado(a) e como podemos mudar nossos hábitos.
“..para superar o hábito, precisamos reconhecer que anseio está
acionando o comportamento”
– Fls. 67
No terceiro capítulo o autor continua falando sobre as deixas, porém sob
o aspecto prático, demonstrando porque os hábitos podem ser alterados, ainda que
as deixas permaneçam as mesmas.
Nesse ponto do livro o autor traz exemplos práticos como os Alcoólicos
Anônimos (AA), demonstrando como trabalham para alterar hábitos, e o exemplo de um treinador de futebol americano que apostou em uma nova tática baseada na criação de "hábitos táticos" dos jogadores.
“A evidência é clara: se você quer mudar um hábito,
precisa encontrar uma rotina alternativa, e suas chances de sucesso aumentam
drasticamente quando você se compromete a mudar como parte de um grupo.” - Fls. 109.
- Parte 2: Os hábitos de organizações
bem-sucedidas:
A segunda parte do livro é dividida em 4 capítulos que, na minha
opinião, formam os capítulos mais interessantes, apesar da primeira parte do
livro ser extremamente importante e servir de base para a compreensão do
restante do livro.
Nessa parte Duhigg se dedica ao aprofundamento do funcionamento
dos hábitos e a importância de cada um deles.
Explica que há hábitos mais importantes que outros, como os hábitos
angulares, que podem ser pessoais ou coorporativos – traduzindo e formando a
cultura organizacional de uma empresa -, que determinam nossas vidas e até mesmo nosso
comportamento dentro do nosso ambiente de trabalho, por exemplo.
“Os hábitos angulares proporciona aquilo que é
conhecido na literatura acadêmica como “pequenas vitórias”. Eles ajudam outros
hábitos a prosperar, criando novas estruturas, e estabelecem culturas onde a
mudança se torna contagiosa” – Fl. 125
Uma análise interessante feita pelo autor, ao explicar os hábitos
angulares, foi narrar a trajetória de Michael Phelps, atleta olímpico, que em
seus treinos não focava apenas nas habilidades na piscina, mas também treinava
habilidades mentais (uma das partes que mais amei!).
No segundo capítulo da segunda parte, o autor, traz informações sobre os
hábitos de sucesso, mediante a apresentação da história de sucesso da Starbucks
e o estudo do funcionamento da força de vontade, que concluiu ser um hábito angular.
“Dezenas de estudos mostram que a força de vontade é o
hábito angular mais importante de todos para o sucesso individual.” – Fls. 145
Assim como a busca pela resposta de como moldar nossos hábitos, o autor
responde a seguinte questão: seria a força de vontade uma habilidade que se
pode aprender? “Por que ela não permanece constante de um dia para o outro?” –
Fl. 150
A resposta, deixo que descubram por conta própria! rs' Um incentivo para lerem o livro. ;)
O que posso deixar claro é que o autor relaciona a força de vontade como
um músculo! Que, segundo estudos, com o passar do dia pode ser “gasto” dependo
das atividades que efetuamos, nível de estresse, dentre outros (o que para mim fez muito sentido prático).
Também, no capítulo 6 (3º capítulo da parte 2), a pesquisa segue relativa
ao poder que uma crise pode ter nos hábitos, principalmente, organizacionais de
empresas.
“Às vezes, no calor de uma crise, os hábitos certos
surgem” – fls. 173
Já o último, e não menos importante capítulo da segunda parte, traz
informações sobre a manipulação e previsão de hábitos dos consumidores por empresas como a Target.
Nesse ponto, Duhigg ressalta como a Target respondeu questões como “por que algumas pessoas de
repente mudam suas rotinas de compras?”, “como transformar uma música em um
hit?” – o que posteriormente o autor correlaciona com a transformação de hábitos
alimentares, de compra e outros.
Enfim, deu para perceber o motivo da segunda parte ser bem interessante,
não?! Eu amei!
- Parte 3: Os
hábitos de sociedade:
A última parte do livro é repartida em dois capítulos, nos quais Duhigg se dedica a explicar como os movimentos sociais acontecem e por que apenas alguns tomam grandes proporções, trazendo importantes reflexões sobre alguns gatilhos mentais, como persuasão, e nossos hábitos frente a eles.
Para quem é cristão, irá gostar do primeiro capítulo da terceira
parte, no qual o autor traz boa parte da história de Rick Warren, pastor conhecido
mundialmente (particularmente, amei!).
“O único jeito de fazer com que as pessoas assumam
compromisso por sua maturidade espiritual é lhes ensinar hábitos de fé. “Uma
vez que isso acontece, elas passam a se autoalimentar. As pessoas seguem Cristo
não porque você as conduziu para isso, mas porque isso é quem elas são” – fls.
248
Após demonstrar como os movimentos se formam, a análise passa a
neurologia do livre-arbítrio, a fim de responder a seguinte questão: “somos
responsáveis pelos nossos hábitos?”.
Para isso são demonstrados estudos que examinam o cérebro de pessoas que
sofrem de sonambolismo e lesões cerebrais, o que leva a uma análise mais aprofundada do que ocorre , neurológicamente falando, com pessoas durante atividades sonanbulas. Se você gosta de neurologia e
psicologia tenho certeza que ira amar!
- Prática e Resumo:
Depois de 286 páginas de estudos e resposta quanto aos nossos hábitos, em suas diversas ocasiões, o autor se dedica a elaborar um guia de 12 páginas para que o leitor recapitule as principais ideias do livro e tenha ideia de como coloca-las em prática!
- Conclusão:
Sem mais delongas, posso dizer que foi um livro que me surpreendeu! É um livro de leitura densa, a meu sentir, devido a grandes informações científicas, porém, de forma alguma dispensaria a leitura, justamente por ser muito rica e fundamentada.
Se fosse não leu, me diz aqui se vai ler ou não?! Espero muito que eu tenha inspirado você a ler esse livro, pois vale a pena!
Se já leu, conte-me suas impressões!
Um beijo,
Até a próxima.
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